presskit DJ Jota Wagner



domingo, 4 de outubro de 2009

Mais um texto sobre o VMB. My 2 cents!

De bobeira aqui em casa em um domingo agradavelmente melancólico, resolvi acompanhar a (deve ser a centésima) e para fugir do lugar comum, que é ficar inundando o twitter com uma metecao de pau vazia que transforma o microblog numa cozinha de fofocas de comadres, superficial e sem sentido (como acontece quase sempre, alias) e vou usar este blog para uma resenha um pouco mais pensada, mas ainda assim superficial e sem sentido.

Em primeiro lugar, coloquemos tudo em seu devido lugar. Ao comandar um premio nacional dedicado ao pop, ao rock, ao pop rock e ao rock pop, temos que lembrar que a MTV não é pop. A MTV é uma espécie de protopop, um pop de elite, da Rua Augusta, dos colégios particulares de São Paulo e dos propritarios de I Phone.

Pop é Calipso, Sertanejo de Rodeio, Tecnobrega, Funk Carioca e o pagode meloso paulistano. Dito isso, talvez a única da noite digna do termo talvez seja a neta do Francisco, protótipo de Shakira cruzando de salto alto o caminho pavimentado por Alexandre Pires: agradar brasileiro complexado pagando jabá em Miami em vez de São Paulo.

Ao separarmos a Vanessa do trigo (ou do joio?) sobra o chamado Mundo MTV, que engloba o séqüito de bandas surgidas via emissora, feita e julgada por seu público. Quando se assiste um programa como esse, quando se olha para as cadeiras de convidados, quando se tenta ver alem da superfície, percebe se como o mundo é pequeno. Como todos os pouquíssimos editores, produtores de TV, colunistas de jornal, assistentes e... bandas, tomam cerveja no mesmo boteco de São Paulo, conversam no CB, se encontram na Rua Augusta.

Sempre foi assim. Se você quer ganhar um Vmb, segue a receita. Mude pra São Paulo, divida um ape na região do sumaré, centro e proximidades. Ai comece a sair a noite, conheça todo mundo. Vire uma figurinha da noite. So então monte a banda. Não queime etapas.

Este status quo não é exclusividade de brasileiro, e nem do pop. Eu, que no começo da carreira pagava uma fortuna em revistas gringas como MixMag, Urb e afins, confesso que me senti meio otário ao chegar em Londres e ver como todo mundo conhecia todo mundo. A diferença, é que eles tem orgulho do que é produzido em sua cidade, em seu país. Estão de olhos abertos ao que acontece ali primeiro e fora depois.

Voltando ao espetáculo teve também a categoria Musica Eletrônica, que comprovou irrefutavelmente a minha teoria iniciada três parágrafos acima. O real artista do ano nem passou pela cabeça dos hypados produtores. O cara que é atualmente o mais popular artista da categoria, o que lança álbum e vira assunto no mundo todo. O que é ídolo em diversos países. O que influencia... seu nome, nem precisava dizer, é Gui Boratto.

O que acontece é que o Gui não usa tênis colorido, bonezinho hype e nem vaga pelos lugaresparaseestar da noite paulistana. Ele não participa do mundo Mtv. Logo, não existe para o VMB, sugiro eu. E nem vou esticar o assunto para Renato Cohen. Não importa quem ganhou ou quem perdeu. Importa, aqui, é o fundamentalismo fashion, em detrimento ao real tamanho de um artista. ~

E como esta é a minha cena, indispensavel dar sim parabens aos indicados e ao Nasa que ganhou. Todos tem trabalhos bacanas e nao tem culpa da mundialmente famosa bundamolisse mtvistica.l

Pobre o pais onde o ponto alto do principal premio pop é uma banda que tira onda do heavy metal. Massacration com Falcão foram ótimos. A guitarra de vassoura era incrível. Será que eles não estão nos dando um recado? Acho que tem uma mensagem subliminar ali.

Finalizando (começou o jogo do Santos x Palmeiras e eu vou encerrar prematuramente isso aqui) Franz Ferdinand, com sua postura, com seu som, com a competência individual de cada musico que sabe (todos deveriam saber, pelo amor de Deus) que existe a hora do som e a hora do silencio dentro de um compasso. Que a musica pulsa. Bem, eles sabem. E mostraram porque são o Franz Ferdinand.


ps: alguem suporta aquele jeitinho `han, o que? sou tao distraida...` da Mala Magalhaes?



Nenhum comentário: