presskit DJ Jota Wagner



terça-feira, 7 de outubro de 2008

Wiener Bar - House ON ;)


Existe uma estrutura de história que se repente em milhares de filmes, contos, romances, novelas, foto-novelas, rádio-novelas... que conta as desventuras de um sujeito que sai da sua terra natal desacreditado, roda o mundo matando dragões, bruxas, comunistas ou o que quer que encarne a figura do vilão de sua época, geralmente solitário, até que cumpre uma missão considerada impossível e volta para sua terra e é recebido como um herói. Existem tambem provérbios interessantes sobre o assunto: "o bom filho à casa torna" e tambem "santo de casa não faz milagre" entre outros que não me lembro agora.

Pois misture tudo isso aí, adicione um pouco de drama e altas doses de comédia e você terá um pouco do nosso envolvimento com Jundiaí, nossa terra natal. Para quem não sabe, a "terra da uva" fica a meia hora de São Paulo pela rodovia dos Bandeirantes, pertinho e tranquila, motivos que fizeram com que jamais nos mudássemos daqui mesmo trabalhando quase todos os finais de semana em em São Paulo, ou Campinas, ou qualquer cidade que não seja a nossa.

Entre 1995 e 1997 aproximadamente, fazíamos um herculínio trabalho de divulgação de música eletrônica aos amigos e agregados da cidade... várias free-parties no meio do mato, trazendo à cidade djs como Camilo Rocha, o frances pioneiro do psytrance Ujjain, Alex S, Andrea Gram... fizemos fanzine "InfoRave", fizemos uma exposição sobre Raves no Café Cultura... fizemos festa de rock c
om techno (Psycho Feast), alem de arrebentar nossos próprios sítios de família com festas onde cada um trazia sua bebida e só iam embora no domingo na hora do almoço, uma transgressão "inédita"para a nossa geração. Nossa primeira gig profissional foi em Jundiaí aliás, num pequeno bar e ponto de encontro de malucos chamado Alquimia.


No entanto, o destino e o desinteresse do público conterrâneo rapidamente nos levaram da cidade. Saímos para tocar em outras cidades. E então, dez anos se passaram! Veio a explosão das raves (Avonts, Xperience, Fusion), aí veio a segmentação das mesmas raves por estilos (acid techno x psytrance, quem se lembra?), vieram os primeiros superclubes... Base, UTurn, Lov.e... o Brasil entrou na rota dos djs gringos... veio Trancoso... veio o Skol Beats... e depois de tudo isso veio a informação da cultura do DJ para as massas. Em toda e qualquer propaganda de TV, lá tinha um DJ tocando... em todos os telejornais, lá estavam as prisões de Ecstasy e Lsd... deu na Veja, Folha, Estado... em todos os lugares.

Exatos 10 anos depois de tocar Dave Clarke, CJ Bolland, Funk D Voyd, Chris Liberator e Atsral Projection no pequenino Alquimia... eis que o destino me brinda com o enorme presente de uma nova residência em Jundiaí, ao lado de caras como Paulão, Tahira, MZK e o brother Wander A. O Wiener Bar é um lounge de responsa, muito bem feito e pensado pela cabeça torta do Thiago, rapaz que deu várias voltas pela Europa e viveu em Londres por um ano antes de planificar e montar o pico, que tem uma cabine completa, confortável e um serviço de primeiríssima na casa (mas não tem pista). O conceito artístico da casa, principalmente nos line ups, foi montado junto com a incansável Grace, manager do Wiener que junto com o chefe cuida da variedade de estilos e DJs que assopram suas reverberações sonoras nas caixinhas espalhadas pelo ambiente. Ao som do bar, primeiro vieram o lounge /chill out (a Grace fez e ainda faz boas festas de trance pela região), o Samba Rock & Funk , depois o rock'n'roll (comecei a tocar numa deliciosa noite de rock inclusive às segundas e alguns sàbados). E em 2008... finalmente... a HOOOOOOOOOUSE!! Chegou de mansinho... primeiro aos domingos... depois por outros dias da casa (quintas feiras, atualmente). Eu e o Wander (com mais frequencia) temos tocado lá sempre, rolando a música mais underground e experimental possível! Não queremos fazer concessões afinal uma década se passou e informação sobre os grooves eletrônicos está em todos os lugares. O Wiener lota, as pessoas curtem, nós nos divertimos e assim se faz um mundo perfeito por uma noite.


Todo esse devaneio é para demonstar o quanto nos sentimos felizes por poder botar os nossos discos, com a música que tocamos por todo o país, em nossa própria cidade, ao lado dos amigos de infância (vários deles chaparam o coco com a gente nas primeiras festas, inclusive). Ainda há muito a avançar, claro... São poucos os que realmente entendem porque uma música tão subjetiva consegue levar uma pista de dança lotada a loucura até de manhã. Não temos sequer um club com programação de dance music underground na cidade, exceto as festas que o próprio Wiener faz esporadicamente. E isso faz falta. A cultura da dance music, de sair à noite, entrar num lugar escura e fechado e dançar, suar, rir, lavar a alma sob o comando de um DJ e seus grooves inacreditáveis ainda é capenga na cidade. Mas a coisa está mudando. E está mudando principalmente à coragem de gente como a crew do Wiener, que diverte, educa e mostra tendências na cidade apostando no que acredita sem medo de errar. Parabens!!


Em tempo: vale aqui uma menção honrosa a DJ Lutcho e seus amigos, que montaram o Velvet Club em 2005 com pistinha e bar e que infelizmente durou pouquinho tempo (mas teve ótimas festas, acredite) e Vagner Lima, que abriu espaço em seu café nos três últimos verões para o projeto Sunset Party, projeto criado por nós para as tardes de sábado. Funky Transport, Murray Richardson, Reano de Vitto e Mimi, entre outros, tocaram nestes dois projetos. Já o Wiener recebeu recentemente Asad Rizvi e Javi Rial no projeto de domingo! House neles!!


3 comentários:

Anônimo disse...

parei de ler quando vi que "jundiaí fica a 30 minutos de são paulo". mas que mentira DESLAVADA! ha!

colorsblog disse...

baah! eu deveria ter colocado que fica mais perto que o Ipiranga né !
:))))

Anônimo disse...

eeeeeeeeeee
:-)

faço minhas as suas palavras