presskit DJ Jota Wagner



segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Colors no Vegas - Review




Sempre que rola uma edição da Colors no Vegas (ou a Basement Colors na pistinha de baixo) , eu preciso de uns dois dias normalmente para processar tudo o que acontece.
Normalmente, eu corro pro estúdio e tento mexer numas batidas e numas músicas... lembrando da vibração da festa, lembrando das pessoas que estavam lá e principalmente dos elementos, grooves e efeitos que fizeram as pessoas curtirem mais, dançarem mais... gritarem mais.


Normalmente voltamos, eu e o Wander, tagarelando feito matracas, discutindo o novo e o velho, o futuro do planeta e da house music, in(can)descente, na pista fechada, no mundo que se forma das 11 as 7 da manhã das sextas feiras desta vida.

E tem coisas que realmente me piram nesta coisa de cultura de dj... cultura de pista... de música eletrônica (odeio este termo) underground... que é a coisa do subjetivo, do inconsciente, do não falado... Uma coisa é você botar no seu set um pedaço de uma música do The Cure no meio do seu set... e todo mundo que sabe a letra, que conhece a musica, feliz por ouvir e lembrar da epoca do primeiro beijo, vai gritar e berrar, se emocionar e chorar... isso é rock'n'roll. Isso é música popular.

Outra coisa é você tocar 7 horas de musica que NINGUEM conhece na pista de dança. Elas não tem o refrão fácil para cantar junto. O riff poderoso de guitarra. Elas sabem que não vão ouvir desta vez. Desta vez não. Então elas se entregam... elas não pensam... só dançam, bebem, fumam, se espasmeiam, se osgarmeiam na noite fechada da pista do Vegas...

Sabe aquela coisa de meditar? Não pense em nada, afaste os pensamentos. Deixe a sensação vir. É essa a diferença. Não precisa ficar esperando de ouvido atento até "now i wanna be your dog" sair do auto falante. Porque não vai sair. Ai você se entrega... ouve seu corpo... deixa-se levar pelas ondas de audio...

Foi isso que me fascinou na minha primeira micro rave em Cotia e me fez trocar guitarra, amplificador e três companheiros de banda barbudos por dois tocadiscos e um mixer. E a cada vez que boto o primeiro disco agradeço por isso.... por ter feito esta escolha. Ouço o groove chegando... vejo a reação das pessoas como o baixo da Revox entrou na musica... Dum deum dum deum duuuuuuuuuoooumm... Ou quando, depois de uns 4 minutos de break, entra a batida tribal ensandencida do remix de Every Now and Then (Unreleased Dubs vol 1 - NRK*). A surpresa dos elementos impressiona, eleva, mesmo que a pessoa nunca tenha ouvido a faixa antes. E a osmose desta surpresa leva todo mundo a um lugar em que só se pode chegar alí, daquele jeito, com aquela música e em companhia daquelas pessoas na pista de dança... Um monte de gente de braços pra cima.... eeeeeeeeeeeh... Simplesmente indescritível.

Tivemos um convidado importado na noite. Mathias Aguayo. Ele toca suas bases em CD e canta (bem, muito bem) por cima. O set variou entre passagens mais soturnas e outras mais `latinas` com uma percussao mezzo tribal mezzo reggaeton que preocupou cabeças na pista de dança, lançando sobre o mundo a mesma polêmica que rola quando se toca uma faixa com samba ou vocais em português...

Será que fica ruim mesmo ou será que nós temos preconceito (e / ou vergonha) em relação à nossa própria cultura? Para os foruns da vida.

Quem fechou desta vez foi o Wander, tecchie Wander, oldschool Wander, hipnotico Wander e minha cabeça entortou ao lado de tantos amigos e novos amigos na pista. Delicia! House Wander. Ideal para momentos de sete horas de manhãs.


E digo uma coisa: a Rodovia dos Bandeirantes fica mais bonita com céu laranja, nuvens verdes, asfalto amarelo e caminhões de papel!

* Este EP não está mais em catálogo pela NRK e não foi lançado em formato digital ;(( Portanto, para ouvir esta música, só na pista da Colors!

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4 comentários:

Anônimo disse...

Colors é sempre Colors, independente de onde for. Mas na pista de cima do Vegas tem um gostinho especial! Quanto ao set do Aguado, achei bom a parte do voval e a mistura, mas teve uma hora que exagerou. Aí parece que todo o restante do set cai por água abaixo. Beijos

Anônimo disse...

O Aguaio foi polêmico mesmo... Teve uma hora que eu achei foda, principalmente quando percebi que os vocais eram dele próprio (porque demorei pra perceber)... Eu tava curtindo pra caralho... quando vi que a pista esvaziou, entendi o lance comentado sobre o preconceito. Sim... ele existe e eu admito que tenho preconceitos de letras em português nas músicas. Não gosto. Acho que não soa bem, talvez por que a nossa língua seja muito romântica e cheia de frescura. É uma coisa interna, não gosto! Talvez tenha que trabalhar mais isso. Quanto ao set do Wander, muito bem colocado no post do wagner... Wandera é perfeito para encerrar uma noite mantendo a vibe com alto estilo!

colorsblog disse...

eu acho que teria de ser um pouco como aquilo que eu comentei na festa. Uma hora de set para performances assim seriam perfeitas, pq no final as musicas acabam ficando muito parecidas... Se ele tivesse tocado e cantado 1 hora ali, sairia ovacionado. Alem disso, ainda podia botar só o `filé minhão` do seu repertório né.
jota

Laritz disse...

Na próxima, prometo que vou meditar com vcs... Saudades, xuxu! Bjo!