presskit DJ Jota Wagner



sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Algumas palavras e músicas.


Sexta feira, dez e meia da noite. Hoje não tem trabalho, o melhor trabalho do mundo. O calor que durante o dia foi de doer me empurrou aqui pro quintalzinho nos fundos desta pequena, simples e velha casa que eu simplesmente adoro. À minha volta, dois metros para cada lado, muros e paredes. Acima, um incrível céu roxo com poucas estrelas e uma brisa noturna simplesmente maravilhosa. Tudo o que eu precisava.

Eu tambem precisava de mais coisas. Precisava de algo para escrever no blog já que não quero que ele fique uma semana inteira sem atualizações. To sentado numa cadeira de praia. Não tem praia eu sei. Tem cadeira de praia. Tem cerveja do lado. O player está ligado no modo shuffle. Numa pasta de coisas que acabei de receber como promos, outras que eu comprei. Time Is Now, do Jamie Anderson e remix do Inland Knights batendo no fone. Rapaz uma vez toquei antes do Jamie Anderson numa rave de amigos, a Friends For Fun organizada pelo Vladi, Carla Doll, Reano de Vitto e mais gente num sitio (do Kenzo?).... Marquinhos Meskita tocou aquele dia... Rave das antigas... todo mundo daquele jeito. Tempo bom! Lembro que ele tocou pesado naquele dia... acho que lembro de mais coisas tambem. A Carla Doll e o Vlad faziam a Gaia Rave... pioneiros... tinham o melhor line up da época. Foooda! Grandes noites.

A sorte, ou a providência divina que comandam o acaso do player mudou agora pra um remix de Qburns Abstract Message para uma música do Jacob London - Return To Squirrel Montain. House louco e delicioso... com um sample de garotas gritando SQUIRREEELS ... louco. O QBurns é um cara que sempre admirei como DJ e como produtor. Quem frequenta a Colors desde o começo talvez se lembre de uma faixa que começava com um vocal da Lisa Shaw cantando: i'm inoccent... i'm inoccent yeeaah... Era uma faixa dele. Outra do album que comentei aqui no blog e que não saiu digital infelizmente. NRK Unreleased Dubs. Como DJ o cara é um grande entusiasta do freak funk, do funk moderno, experimental, doidão... tudo o que ele toca faz todo o sentido para quem gosta de groove e não gosta de baba. Até hoje, como produtor, ele é a minha maior conquista. Um cara que gosta das minhas faixas, que sempre dá um feedback positivo e foi o maior divulgador da Acid Resolution, uma das minhas músicas que eu considero muito boas e que saiu no EP The Factory, no Lunatic Jazz. Saber que esse cara tocou a música insistentemente pelo mundo valeu mais do que vender 10.000 copias... até porque não deve ter vendido nem 100! e um furo de reportagem: Qburns vai lançar um remix de Acid Revolution no nosso selo (eu ja ouvi, mas o mundo ainda não e eu garanto: é excelente).

O que é que vem agora... xá ver.... wow... Brett Johnson - Gypsy Blue. Um dos caras que mais entendem o que significa Tech House. Poucos aliás. Muita gente acha que tech house é este trance desacelerado que tocam nas mega raves de hoje em dia. Tech house é house puro, com groove, com feeling, funky, mas com jeito de techno... poucas variações e hipnótico. Não é pesado. Pelo contrário. É na minha opinião um dos estilos mais finos de house que existem até hoje. O mais próximo do funky techno de antigamente... de detroit... sei lá... Esta faixa tinha tudo pra ficar bem piegas graças a uma guitarrinha cigana que entra no meio... mas não. A bixa ficou muito boa, eu comprei estes dias e estou louco para tocá-la. Aliás toquei ontem e esqueci dela... Coisa que tenho feito muito ultimamente e tenho me odiado por isso: esquecer de tocar músicas que eu queria tocar. Odio. Que groove tem esta faixa... eu poderia ficar onvindo-a por horas... Tenho procurado muita coisa nesta linha pra comprar. Não tenho achado tanto não. Se alguem souber de novos e bons produtores nesta linha, que me ajudem via coments ou no email. Nossa... tem 10 minutos... um épico.


Tô gostando desta história de sorteio. Acho que vou comprar dois dados e deixar que resolvam o que eu vou fazer daqui pra frente. A que entrou no player agora é Acid Shake do canadense Joe Silva. A segunda faixa, o lado B do EP That Sounds (Lunatic Jazz, eeeh jabá). O Joe tocou no aniversário de 1 ano da Colors, depois em Belo Horizonte comigo e DJ Tee e depois em Brasilía numa festa do Drezin. Filho de pais portugueses, gente boa e muito doido musicalmente. Joe mora em Winnipeg e faz trilhas para o cinema canadense. Gosto muito do que ele faz. As faixas normalmente tem muitos barulhos e vozes num house esquizofrênico. Esta faixa é um club house que o Wander toca sempre, talvez você se lembre. Aliás, o Wander vai remixá-la em breve. Caraca quanto barulhinho está faixa tem... são blz blings e blops pra todo lado.

Puta merda! Outra na linha que eu tava falando aí em cima. De Tech House de verdade... techno house... adoro este termo... techno house... Aliás este EP inteiro é imperdível. É o novo do Milton Jackson, faixas Never Be Wrong (a que está tocando) , Never Be Right e e Never Be Right (Beats Edit). Esta eu toquei ontem. Puta vibe, hipnótica. Deus salve Detroit. DSD! D.S.D.! Dee Ess Dee! Deus Salve Detroit. Vira e mexe vejo faixas do Miltinho por aí, tenho algumas delas. Nestas aqui ele acertou de cheio. Ah sim, acertou! Tudo muito simples com uns strings peueh bo bo peueh bo bo que vão embora e são o espírito da música. Para fechar o olho na pista, abrir em saturno, conversar com os Ets furões de 14 de outubro, fechar o olho de novo, abrir e já é domingo meio dia num apartamento qualquer de São Paulo cheio de gente, muita fumaça e a cozinha com chão melado de cerveja derrubada.


Apesar do texto estar ficando imenso, não dá pra deixar de comentar está proxima faixa, Get High de Funky Transport e Tomori Tamura... O próprio Funky Transport me enviou esta faixa anteontem e, em verdade vos digo, é esquisita pra cacete. Sinistra... espacial, e tem uma bateria poderosíssima. Mistura escocês com japonês dá nisso. Aliás é muito doido como escocês é upfront pra house. Eles sempre querem fazer algo diferente, nunca feito, inventar coisas... Estive lá algumas vezes, toquei três dias no clube em que o Iain (Funky Transport) é residente. O Snafu. O público é bem acostumado a ousadias. No Rock tambem são assim né... Acho legal esta atitude. Será que tudo isso é por causa da Soma Records, de Glasgow? acho que não né. Deve ser falta do que fazer generalisada (alem de uma certa invejinha de Londres e Manchester) que fazem os caras quererem ser os mais doidos da turma.


E concluindo o texto (porque vou ficar ouvindo música por mais um tempo aqui) tem uma faixa que recebi ontem, queimei no CD e levei para tocar. Toquei e foi foda. A faixa é do mais novo gringo abrasileirado Mike Frugaletti, que assim como Mike Surreal Parsons se apaixonou por uma brasileira e trocou o primeiro mundo pelo quinto dos infernos. Mike tava em San Francisco. Ele comanda junto com um dos donos da loja Stompy o selo Good Family Records. Esta faixa vai sair pelo selo dele, é doida e muito boa. Chama-se La Buemba e pelo que eu entendi é um remix do EP do Anhanguera que vai sair por lá. Bons samples, bons sons, bom baixo, boa produça.

Do caramba.
Acho que vou ficando por aqui, esperando a chuva que não vem e olhando para o céu. Opa... isso tá remetendo a letra do Caetano!! While my eyes go looking for flying saucers in the sky... alias... na versão da Gal Costa pra esta musica.... quando entra o back vocal no refrão eu simplesmente tremo de tesão.

Um comentário:

Laritz disse...

Adorei o texto!
Tô esperando sua visita...
Beijos!