presskit DJ Jota Wagner



segunda-feira, 4 de maio de 2009

Go!, Discology, Colors, Greg Wilson, Camilo Rocha e a história



Sábado agora toquei numa noite de importância ímpar na carreira. Era uma edição especial da festa Go X Discology, organizada pelo Camilo Rocha e Claudia Assef com set oldschool do veterano Greg Wilson. A festa em sí já é um dos diamantes musicais do Vegas. Mistura uma pista principal de clássicos da dance music, um apanhado de novidades na pista dois e a experiencia jornalistodjeia do Camilo e da Claudia.


Durante a semana, o papo foi só Greg Wilson, claro. Amigos deixaram pra ir no sábado porque ia ter Greg Wilson (teve Colors sexta no Vegas) , o pessoal ficou lah em cima pq queria ver Greg Wilson (eu toquei na pista basement no mesmo horario ) , Greg Wilson pra lá, Greg Wilson pra cá... eu mesmo peguei uma hora do set dele e achei realmente fantástico e didático, apesar de aquele gravador de tape gigante que ele usa não servir basicamente para nada, alem do 'espetaculo visual'.


Mas eis que, logo após abrir a pista de baixo, desci para ver o Camilo fazer o set dele antes do meu, me posicionei no lado da caixa de som e comecei a dançar, desde a primeiríssima música até a última. Cerveja vai, cerveja vem, passinho pra lá, passinho pra cá... dois insights durante o set do homi:


Uma das coisas mais legais na carreira artística (e eu não sou o primeiro a dizer isso) é o fato de, com algum desenvolvimento e alguma sorte, poder ter o prazer de ficar amigo de alguns dos seus ídolos. Numa hora você está na pista maravilhado com os discos daquele DJ e em outra hora (mesmo que esta hora seja muitos anos depois) você está botando o seu disco depois ou antes do próprio, numa relação de sentimentos doidos.


Eu meio que sempre fui dado a idolatrias. Do tipo chorar ao assistir o anthology dos Beatles, por exemplo. Alem disso, descobri o som do Camilo logo no início da era das raves aqui em São Paulo. A paixão pelas músicas somou-se à descoberta do novo num deslumbre chapado.


Desde o inicio de tudo até hoje, Camilo Rocha mantem intactas as suas principais qualidades e elas se refletem claramente na sua música. Um discernimento perfeito do que é o underground e a cultura alternativa, contestação, posicionamento sempre marcado em relação ao que acha certo e errado em uma cena (não em um mercado) e principalmente uma genial atitude pluralista (alguem lembra desta palavra?) e inclusiva.


Esta atitude toda eu acompanho em seus textos espalhados por ai desde a época da revista General. Musicalmente é mais esporádico. Pego o cara tocando em festas meio que uma vez por ano, quando muito.


Daí veio meu duplo insight. Dançando ali do lado fui entrando numa onda, música após música, até perceber o quanto toda esta história e todos estes valores são transmitidos também como DJ pelo Camilo. Independente do estilo que o cara toca. Sejam clássicos, seja techno, acid techno, house ou electro... o lance tem uma espécia de aura, uma impressão digital alternativa que vem junto com seus discos e sua presença.


Essa sensibilidade não é exclusiva minha. Uma vez, pegamos um set dele no Tostex, eu e o Murray Richardson (Spacejunk). O Murray era vizinho do Hacienda no final dos anos 80 e pegou a história desde o comecinho. Ao ouví-lo por meio hora, comentou comigo: "caramba, o som deste cara me lembra djs das antigas que eu ouvia no começo dos anos 90". Obviamente não se tratava de um set de clássicos, mas novidades. Novidades sob o crivo e a atitude de um oldschool dj.


Resumindo: Greg Wilson é o caralho! Camilo Rocha é que fez parte da história pessoal de minhas aventuras psicodélicas nas pistas de dança do mundo. E em especial momento de valorização da cultura dance alternativa paulistana, este post é mais do que justo.



Uma hora e meia de devaneios musicofilosóficos depois, entro na cabine sagrada para botar um disco depois dele. Responsa. Gravei o set só pra saber qual seria o resultado de um trabalho pós 'warm up real'. E acho que ficou bem legal. Disponiblizo agora para quem quiser baixar.








E aproveitando o mega post. Não dava pra não deixar de falar da Colors, um dia antes no mesmo Vegas. Apresentação inspirada, bêbada e zoada do Colors Sound System. Veja o vídeo ai e sente a vibe da pista. O warm up ficou com o ótimo Daniel Dalzochio que tocou seu deep house oldschool para encher de saudades quem adora soulful house. Tem fotos tambem aqui, no picasa da Colors. Saca o Vídeo ai:











2 comentários:

Clar disse...

Num xinga ô homi, caceta!! ele tem sua importância, claro. mas talvez o Camilo faça mais parte do 'mundo real'...bjos

Laritz disse...

Ah, eu sou suspeita pra falar, pq muita música boa eu conheci por meio do Camilo na época da faculdade... Fazíamos uns almocinhos aos domingos e eu sempre ficava passada com os sons que ele nos apresentava.

E nem me xinga pq eu tô sumida, tá? Vida de mãe tem dessas... Mas logo eu reapareço! Estou com saudades!

Beijos!