Existe uma estrutura de história que se repente em milhares de filmes, contos, romances, novelas, foto-novelas, rádio-novelas... que conta as desventuras de um sujeito que sai da sua terra natal desacreditado, roda o mundo matando dragões, bruxas, comunistas ou o que quer que encarne a figura do vilão de sua época, geralmente solitário, até que cumpre uma missão considerada impossível e volta para sua terra e é recebido como um herói. Existem tambem provérbios interessantes sobre o assunto: "o bom filho à casa torna" e tambem "santo de casa não faz milagre" entre outros que não me lembro agora.
Pois misture tudo isso aí, adicione um pouco de drama e altas doses de comédia e você terá um pouco do nosso envolvimento com Jundiaí, nossa terra natal. Para quem não sabe, a "terra da uva" fica a meia hora de São Paulo pela rodovia dos Bandeirantes, pertinho e tranquila, motivos que fizeram com que jamais nos mudássemos daqui mesmo trabalhando quase todos os finais de semana em em São Paulo, ou Campinas, ou qualquer cidade que não seja a nossa.
Entre 1995 e 1997 aproximadamente, fazíamos um herculínio trabalho de divulgação de música eletrônica aos amigos e agregados da cidade... várias free-parties no meio do mato, trazendo à cidade djs como Camilo Rocha, o frances pioneiro do psytrance Ujjain, Alex S, Andrea Gram... fizemos fanzine "InfoRave", fizemos uma exposição sobre Raves no Café Cultura... fizemos festa de rock com techno (Psycho Feast), alem de arrebentar nossos próprios sítios de família com festas onde cada um trazia sua bebida e só iam embora no domingo na hora do almoço, uma transgressão "inédita"para a nossa geração. Nossa primeira gig profissional foi em Jundiaí aliás, num pequeno bar e ponto de encontro de malucos chamado Alquimia.
No entanto, o destino e o desinteresse do público conterrâneo rapidamente nos levaram da cidade. Saímos para tocar em outras cidades. E então, dez anos se passaram! Veio a explosão das raves (Avonts, Xperience, Fusion), aí veio a segmentação das mesmas raves por estilos (acid techno x psytrance, quem se lembra?), vieram os primeiros superclubes... Base, UTurn, Lov.e... o Brasil entrou na rota dos djs gringos... veio Trancoso... veio o Skol Beats... e depois de tudo isso veio a informação da cultura do DJ para as massas. Em toda e qualquer propaganda de TV, lá tinha um DJ tocando... em todos os telejornais, lá estavam as prisões de Ecstasy e Lsd... deu na Veja, Folha, Estado... em todos os lugares.
Exatos 10 anos depois de tocar Dave Clarke, CJ Bolland, Funk D Voyd, Chris Liberator e Atsral Projection no pequenino Alquimia... eis que o destino me brinda com o enorme presente de uma nova residência em Jundiaí, ao lado de caras como Paulão, Tahira, MZK e o brother Wander A. O Wiener Bar é um lounge de responsa, muito bem feito e pensado pela cabeça torta do Thiago, rapaz que deu várias voltas pela Europa e viveu em Londres por um ano antes de planificar e montar o pico, que tem uma cabine completa, confortável e um serviço de primeiríssima na casa (mas não tem pista). O conceito artístico da casa, principalmente nos line ups, foi montado junto com a incansável Grace, manager do Wiener que junto com o chefe cuida da variedade de estilos e DJs que assopram suas reverberações sonoras nas caixinhas espalhadas pelo ambiente. Ao som do bar, primeiro vieram o lounge /chill out (a Grace fez e ainda faz boas festas de trance pela região), o Samba Rock & Funk , depois o rock'n'roll (comecei a tocar numa deliciosa noite de rock inclusive às segundas e alguns sàbados). E em 2008... finalmente... a HOOOOOOOOOUSE!! Chegou de mansinho... primeiro aos domingos... depois por outros dias da casa (quintas feiras, atualmente). Eu e o Wander (com mais frequencia) temos tocado lá sempre, rolando a música mais underground e experimental possível! Não queremos fazer concessões afinal uma década se passou e informação sobre os grooves eletrônicos está em todos os lugares. O Wiener lota, as pessoas curtem, nós nos divertimos e assim se faz um mundo perfeito por uma noite.
Todo esse devaneio é para demonstar o quanto nos sentimos felizes por poder botar os nossos discos, com a música que tocamos por todo o país, em nossa própria cidade, ao lado dos amigos de infância (vários deles chaparam o coco com a gente nas primeiras festas, inclusive). Ainda há muito a avançar, claro... São poucos os que realmente entendem porque uma música tão subjetiva consegue levar uma pista de dança lotada a loucura até de manhã. Não temos sequer um club com programação de dance music underground na cidade, exceto as festas que o próprio Wiener faz esporadicamente. E isso faz falta. A cultura da dance music, de sair à noite, entrar num lugar escura e fechado e dançar, suar, rir, lavar a alma sob o comando de um DJ e seus grooves inacreditáveis ainda é capenga na cidade. Mas a coisa está mudando. E está mudando principalmente à coragem de gente como a crew do Wiener, que diverte, educa e mostra tendências na cidade apostando no que acredita sem medo de errar. Parabens!!
Em tempo: vale aqui uma menção honrosa a DJ Lutcho e seus amigos, que montaram o Velvet Club em 2005 com pistinha e bar e que infelizmente durou pouquinho tempo (mas teve ótimas festas, acredite) e Vagner Lima, que abriu espaço em seu café nos três últimos verões para o projeto Sunset Party, projeto criado por nós para as tardes de sábado. Funky Transport, Murray Richardson, Reano de Vitto e Mimi, entre outros, tocaram nestes dois projetos. Já o Wiener recebeu recentemente Asad Rizvi e Javi Rial no projeto de domingo! House neles!!
Pois misture tudo isso aí, adicione um pouco de drama e altas doses de comédia e você terá um pouco do nosso envolvimento com Jundiaí, nossa terra natal. Para quem não sabe, a "terra da uva" fica a meia hora de São Paulo pela rodovia dos Bandeirantes, pertinho e tranquila, motivos que fizeram com que jamais nos mudássemos daqui mesmo trabalhando quase todos os finais de semana em em São Paulo, ou Campinas, ou qualquer cidade que não seja a nossa.
Entre 1995 e 1997 aproximadamente, fazíamos um herculínio trabalho de divulgação de música eletrônica aos amigos e agregados da cidade... várias free-parties no meio do mato, trazendo à cidade djs como Camilo Rocha, o frances pioneiro do psytrance Ujjain, Alex S, Andrea Gram... fizemos fanzine "InfoRave", fizemos uma exposição sobre Raves no Café Cultura... fizemos festa de rock com techno (Psycho Feast), alem de arrebentar nossos próprios sítios de família com festas onde cada um trazia sua bebida e só iam embora no domingo na hora do almoço, uma transgressão "inédita"para a nossa geração. Nossa primeira gig profissional foi em Jundiaí aliás, num pequeno bar e ponto de encontro de malucos chamado Alquimia.
No entanto, o destino e o desinteresse do público conterrâneo rapidamente nos levaram da cidade. Saímos para tocar em outras cidades. E então, dez anos se passaram! Veio a explosão das raves (Avonts, Xperience, Fusion), aí veio a segmentação das mesmas raves por estilos (acid techno x psytrance, quem se lembra?), vieram os primeiros superclubes... Base, UTurn, Lov.e... o Brasil entrou na rota dos djs gringos... veio Trancoso... veio o Skol Beats... e depois de tudo isso veio a informação da cultura do DJ para as massas. Em toda e qualquer propaganda de TV, lá tinha um DJ tocando... em todos os telejornais, lá estavam as prisões de Ecstasy e Lsd... deu na Veja, Folha, Estado... em todos os lugares.
Exatos 10 anos depois de tocar Dave Clarke, CJ Bolland, Funk D Voyd, Chris Liberator e Atsral Projection no pequenino Alquimia... eis que o destino me brinda com o enorme presente de uma nova residência em Jundiaí, ao lado de caras como Paulão, Tahira, MZK e o brother Wander A. O Wiener Bar é um lounge de responsa, muito bem feito e pensado pela cabeça torta do Thiago, rapaz que deu várias voltas pela Europa e viveu em Londres por um ano antes de planificar e montar o pico, que tem uma cabine completa, confortável e um serviço de primeiríssima na casa (mas não tem pista). O conceito artístico da casa, principalmente nos line ups, foi montado junto com a incansável Grace, manager do Wiener que junto com o chefe cuida da variedade de estilos e DJs que assopram suas reverberações sonoras nas caixinhas espalhadas pelo ambiente. Ao som do bar, primeiro vieram o lounge /chill out (a Grace fez e ainda faz boas festas de trance pela região), o Samba Rock & Funk , depois o rock'n'roll (comecei a tocar numa deliciosa noite de rock inclusive às segundas e alguns sàbados). E em 2008... finalmente... a HOOOOOOOOOUSE!! Chegou de mansinho... primeiro aos domingos... depois por outros dias da casa (quintas feiras, atualmente). Eu e o Wander (com mais frequencia) temos tocado lá sempre, rolando a música mais underground e experimental possível! Não queremos fazer concessões afinal uma década se passou e informação sobre os grooves eletrônicos está em todos os lugares. O Wiener lota, as pessoas curtem, nós nos divertimos e assim se faz um mundo perfeito por uma noite.
Todo esse devaneio é para demonstar o quanto nos sentimos felizes por poder botar os nossos discos, com a música que tocamos por todo o país, em nossa própria cidade, ao lado dos amigos de infância (vários deles chaparam o coco com a gente nas primeiras festas, inclusive). Ainda há muito a avançar, claro... São poucos os que realmente entendem porque uma música tão subjetiva consegue levar uma pista de dança lotada a loucura até de manhã. Não temos sequer um club com programação de dance music underground na cidade, exceto as festas que o próprio Wiener faz esporadicamente. E isso faz falta. A cultura da dance music, de sair à noite, entrar num lugar escura e fechado e dançar, suar, rir, lavar a alma sob o comando de um DJ e seus grooves inacreditáveis ainda é capenga na cidade. Mas a coisa está mudando. E está mudando principalmente à coragem de gente como a crew do Wiener, que diverte, educa e mostra tendências na cidade apostando no que acredita sem medo de errar. Parabens!!
Em tempo: vale aqui uma menção honrosa a DJ Lutcho e seus amigos, que montaram o Velvet Club em 2005 com pistinha e bar e que infelizmente durou pouquinho tempo (mas teve ótimas festas, acredite) e Vagner Lima, que abriu espaço em seu café nos três últimos verões para o projeto Sunset Party, projeto criado por nós para as tardes de sábado. Funky Transport, Murray Richardson, Reano de Vitto e Mimi, entre outros, tocaram nestes dois projetos. Já o Wiener recebeu recentemente Asad Rizvi e Javi Rial no projeto de domingo! House neles!!
3 comentários:
parei de ler quando vi que "jundiaí fica a 30 minutos de são paulo". mas que mentira DESLAVADA! ha!
baah! eu deveria ter colocado que fica mais perto que o Ipiranga né !
:))))
eeeeeeeeeee
:-)
faço minhas as suas palavras
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